
No segundo trimestre de 2025, o Ethereum viu um crescimento impressionante impulsionado pelos influxos de ETFs Spot e uma maior adoção institucional. Surpreendentemente, porém, o ecossistema Layer-2 (L2) – há muito considerado o motor de crescimento do Ethereum – permaneceu quase “plano”. Isso levanta uma questão crucial: as L2s do Ethereum estão realmente batendo em uma parede agora?
1. Métricas On-Chain
1.1 TVS – Valor Total Garantido

Ao contrário do TVL, o TVS oferece uma imagem mais precisa de Layer2 força.
- Arbitrum atualmente lidera com $19B em TVS, impulsionado pelos influxos de RWA.
- Base é a L2 mais ativa, mas fica em segundo lugar com $14B em TVS.
- Optimism e Linea seguem, mas os 4 principais já estão muito à frente dos demais.
O cenário de TVS L2 hoje é altamente concentrado em torno de Arbitrum, Base e Optimism, com Arbitrum claramente na liderança e Base consolidando uma forte segunda posição.
1.2 Transações

As transações diárias mostram a Base em domínio absoluto com ~11M tx/dia, muito à frente de qualquer concorrente.
- Arbitrum ($ARB) e Celo ($CELO) formam o segundo grupo, mas ainda estão significativamente para trás.
- Outras L2s como Gravity, Linea e Mantle estão perdendo impulso e descendo no ranking.
O mercado de transações está se consolidando em torno da Base e Arbitrum, com a Base avançando graças ao crescimento impulsionado pela Coinbase, grandes volumes de negociação e campanhas de incentivo eficazes.
1.3 Receita

A imagem da receita conta a mesma história.
- A Base está dominando, refletindo seu crescimento forte e sustentável.
- Arbitrum é o segundo, gerando cerca de $2M/mês, mas ainda muito atrás da Base.
- A maioria dos outros – Blast, zkSync Era, Mantle, Linea – não consegue nem romper a barreira de $500K/mês.
Isso mostra que, enquanto algumas cadeias podem aumentar DAUs por meio de incentivos ou agricultura de airdrop, converter isso em receita real por meio de taxas de sequenciador ainda é uma luta.
Os Rollups OP (Base, Arbitrum) estão superando decisivamente os Rollups zk (zkSync, Starknet) em todas as principais métricas: receita, carteiras ativas, transações e eficiência econômica.
Neste momento, a corrida L2 é essencialmente Base vs. Arbitrum.
1.4 Desempenho de Preços vs. Outros Setores
Apesar do sólido crescimento on-chain, tokens L2 têm estado entre os setores com pior desempenho em termos de preço. A receita e as taxas estão lá, mas nenhuma demanda real de compra se formou – algo que vamos detalhar mais adiante.

2. Atualizações Técnicas Notáveis
2.1 Tempos de Bloco Mais Rápidos (<250ms)
Como as L2s não precisam otimizar para descentralização desde o primeiro dia, têm priorizado maior throughput e custos de gás mais baixos. Atualizações recentes incluem:
- Base: Flashblocks (miniblocks de 200ms em cima de 2s de tempo de bloco). Usando a tecnologia Flashbots, a Base é agora a cadeia EVM mais rápida com confirmação quase instantânea.
- Arbitrum: Timeboost com tempo de bloco padrão de 250ms (reduzido para 100ms). Isso otimiza MEV, reduz congestão e possibilita transações prioritárias mais rápidas.
- MegaETH (testnet): tempo de bloco de 10ms, 20k TPS, visando 100k TPS com latência sub-ms via sequenciador centralizado + hardware de ponta. Marcado como “Ethereum em tempo real” para aplicativos de ultra alta velocidade.
2.2 Resolvendo Interoperabilidade & Fragmentação
Escalar via L2s fragmenta inevitavelmente liquidez e usuários. As soluções atuais incluem:
- OP Superchain: Uma família de L2s construídas sobre o OP Stack, visando conectividade sem costura, segurança compartilhada e liquidez unificada.
- Adoção: Base, Optimism, World Chain, UniChain, Celo.
- zkSync Elastic Chain: Ecossistema de cadeias baseadas em ZK (rollups, validiums, volitions) seguras via zk-proofs.
- Adoção: cadeia abstrata (Pudgy Penguins), promovendo abstração de conta nativa + negociação de NFT.
- Arbitrum Orbit: Estrutura para implantação personalizável de L2/L3 no Arbitrum Nitro com interoperabilidade nativa.
- Adoção: XAI, Robinhood.
Até agora, a interoperabilidade continua a ser uma prioridade, mas nenhuma solução totalmente funcional surgiu.
3. Desafios Chave
3.1 Sequenciadores Centralizados – A Maior Fraqueza das L2
A maioria das principais L2s (Base, zkSync, Linea, Scroll, Optimism, Arbitrum) depende de um único sequenciador, o que aumenta a eficiência, mas cria risco sistêmico.
- Exemplo: Em julho de 2025, a Base (L2 da Coinbase) ficou fora do ar por mais de 30 minutos quando tanto seu sequenciador principal quanto o de backup falharam. Os usuários não puderam transacionar, retirar ou até acessar dados.
Isso levanta dúvidas: as L2s realmente podem afirmar herdar a filosofia de “nunca fora do ar” do Ethereum?
Pior, quando sequenciadores falham, UIs e pontos finais RPC param de responder, tornando retiradas praticamente impossíveis – mesmo que a disponibilidade de dados exista na teoria. Sequenciadores podem até censurar pedidos de retirada.
Uma solução proposta: rollups baseados – integrando sequenciadores diretamente nos conjuntos de validadores do Ethereum L1. Mas esse modelo ainda é inicial e não está pronto para ser implementado em larga escala.
3.2 Tokens L2 – Motores de Crescimento Fracos
Tokens L2 nativos geralmente carecem de utilidade significativa:
- Não são usados para gás.
- Não são apostados para segurança da rede.
- Sem participação na receita do sequenciador.
Exemplos:
- A Base gerou ~$93M em receita de sequenciador ao longo de 12 meses – sem precisar de um token.
- Arbitrum ganha ~$20M em taxas, mas o ARB não captura isso.
- Optimism também não compartilha receita apesar da expansão da Superchain.
→ Isso não deixa pressão de compra natural, enquanto desbloqueios de investidores adicionam pressão de venda constante. Como resultado, os tokens L2 têm sido uma das categorias com pior desempenho nos últimos 2 anos.
3.3 Fragmentação de Liquidez & UX Ruim
Enquanto as L2s trazem taxas mais baixas, elas também fragmentam a liquidez e complicam a UX:
- Rollups Otimistas: ~7 dias para retirada.
- Rollups ZK: ~1 dia para retirada.
- Até meados de 2025, há mais de 20 L2s — cada uma com seu próprio RPC, explorador e UI. Transferências Cross-L2 requerem pontes (lentas, custosas e arriscadas).
Para novatos, cada L2 parece como “começar do zero”. Isso agrava as curvas de aprendizado e afasta os usuários.
Enquanto isso, L1s como Solana ou NEAR/TON com sharding oferecem uma UX fluida: carteiras unificadas, transações rápidas, taxas baixas. Isso ajuda a explicar o forte retorno do TVL e DAU da Solana em 2024–2025, apesar dos avanços técnicos das L2.
4. Que Valor as L2s Trazem para o $ETH?
Ethereum L1 garante as L2s, mas o valor econômico que flui de volta para o ETH é mínimo, criando desalinhamento.
- Após o EIP-4844 (Dencun, 2024), os custos de postagem de dados de rollup caíram 88–99%.
- Anteriormente, os rollups pagavam centenas de ETH/dia em calldata, contribuindo significativamente para a queima de ETH via EIP-1559.
- Após Dencun: muitas L2s agora gastam apenas dezenas de USD por lote, reduzindo a queima de ETH de ~15.000 ETH/150 dias antes de Dencun para apenas 3–4 ETH/dia.
Impacto: a atividade L2 disparou, mas a captura de valor para o ETH colapsou – enfraquecendo a tese do “dinheiro ultrassondado” e deixando o ETH com desempenho inferior.
Soluções potenciais:
- Rollups baseados: validadores do Ethereum como sequenciadores, redirecionando receita de volta para o ETH.
- Mercados de sequenciamento compartilhado: distribuindo taxas para stakers/restakers de ETH.
5. Conclusão
As L2s do Ethereum permanecem centrais para o roteiro de escalonamento do Ethereum: taxas mais baratas, maior throughput e alinhamento com grandes atualizações do L1 como EIP-4844 e a próxima atualização Fusaka. Elas estão se tornando uma camada de aplicação crucial, permitindo tudo, desde DeFi até RWAs.
Mas os desafios persistem: sequenciadores centralizados, liquidez fragmentada, tokenomics fracas e mau alinhamento econômico com o L1. Embora a atividade on-chain esteja em alta, os tokens L2 têm desempenho muito ruim, deixando este setor lutando para atender ao hype.
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