Avanço institucional: RLUSD ganha autorização no ADGM
A stablecoin RLUSD, emitida pela Ripple e lastreada em dólar, alcançou um novo patamar de relevância institucional após receber autorização da Autoridade Reguladora de Serviços Financeiros (FSRA) de Abu Dhabi para uso no Mercado Global de Abu Dhabi (ADGM). A decisão abre caminho para que instituições licenciadas naquela praça financeira utilizem a moeda digital em atividades reguladas dentro do ecossistema local.

Em paralelo, a capitalização de mercado do RLUSD superou a marca de US$ 1,26 bilhão em novembro de 2025, segundo dados on-chain, refletindo aumento de emissões e maior adoção entre participantes institucionais.
O que a autorização da FSRA permite
A inclusão do RLUSD na lista de ativos aceitos pela FSRA significa que, dentro do ADGM, a stablecoin pode ser utilizada em operações sujeitas à supervisão regulatória. Entre as aplicações autorizadas estão:
- uso como colateral em processos de liquidação;
- instrumentos de financiamento e empréstimos institucionais;
- integração em plataformas de corretagem e serviços financeiros licenciados.
Essas permissões são condicionadas ao cumprimento de obrigações de compliance por parte das instituições que optarem por usar o token, incluindo requisitos de KYC/AML e reporte regulatório aplicáveis no ADGM.
Dados on-chain: emissão no Ethereum e no XRPL
Nos últimos meses houve um crescimento expressivo das reservas de RLUSD em diferentes redes. O Ethereum concentra a maior parcela em circulação, com cerca de US$ 1,01 bilhão em RLUSD registrados on-chain, um avanço superior a 30% em 30 dias. Paralelamente, emissão no XRP Ledger (XRPL) também acelerou, atingindo aproximadamente 225 milhões de unidades — um aumento de quase 93% no mesmo período.
Esse padrão de distribuição destaca uma dinâmica híbrida: embora a Ripple mantenha o XRPL como parte central de sua estratégia tecnológica, grande parte do volume passou a se materializar no Ethereum, impulsionada pela infraestrutura DeFi e pelas rotas de liquidez institucionais já estabelecidas naquela cadeia.
Modelo de emissão restrito e garantias de lastro
Uma característica distintiva do RLUSD é o modelo de minting: emissões são voltadas exclusivamente a instituições qualificadas, não sendo permitido a usuários de varejo cunhar novos tokens diretamente. A estrutura legal de suporte inclui uma carta de trust de propósito limitado e mecanismos de segregação de reservas exigidos por autoridades financeiras de mercados desenvolvidos.
Para sustentar a paridade de US$ 1 por RLUSD, o programa prevê:
- reservas compostas por ativos líquidos de alta qualidade;
- auditorias e certificações independentes periódicas;
- contas e estruturas de custódia segregadas;
- direitos e processos definidos para resgate por instituições qualificadas.
Esses elementos reforçam o perfil de compliance da stablecoin, facilitando aprovações em jurisdições com regimes regulatórios exigentes.
Implicações para a narrativa XRPL vs. Ethereum
Os fluxos on-chain observados em 2025 colocam em evidência um dilema estratégico: embora o XRPL seja apresentado pela Ripple como a infraestrutura nativa para soluções de pagamentos e liquidações, a predominância de novas emissões no Ethereum revela que instituições continuam a privilegiar a liquidez e a integração com protocolos DeFi estabelecidos naquela rede.
Do ponto de vista de mercado, essa coexistência pode ser interpretada como uma resposta pragmática às necessidades de contraparte e interoperabilidade. Ao mesmo tempo, acende um debate sobre o posicionamento do XRPL como espinha dorsal exclusiva do ecossistema Ripple.
Perspectivas de mercado para 2025
O ano de 2025 tem sido marcado por avanços regulatórios e maior profissionalização do mercado cripto. Várias jurisdições aceleraram frameworks para ativos digitais, ao mesmo tempo em que supervisionam a crescente convergência entre finanças tradicionais e liquidez on-chain.
No universo das stablecoins, a competição segue dominada por players com grande capitalização — USDT e USDC mantêm fatias relevantes de mercado —, mas há espaço para alternativas institucionais que ofereçam garantias robustas e conformidade comprovada. A aprovação em centros financeiros do Oriente Médio, como o ADGM, torna-se um fator competitivo importante, pois atrai fluxos de capital regionais e globais interessados em operações regulamentadas e com contrapartes institucionais.
Além disso, tendências macro para 2025 influenciam a propagação de stablecoins institucionais:
- maior integração entre mercados tradicionais e DeFi via roteiros de tokenização;
- pressão regulatória por transparência de reservas e mecanismos de supervisão;
- adoção crescente de infraestruturas cross-chain e rollups, reduzindo custos de liquidação;
- interesse de grandes gestores e bancos por instrumentos digitais compatíveis com compliance.
Riscos e obstáculos para a expansão do RLUSD
Embora a aceleração de emissões e a autorização no ADGM representem marcos positivos, existem fatores que podem limitar a trajetória do RLUSD:
- concentração de liquidez em poucas redes que podem gerar riscos de fragmentação e liquidez;
- dependência de decisões regulatórias em outras jurisdições-chave, como Estados Unidos e União Europeia;
- percepção de mercado sobre neutralidade do ledger que sustenta a maior parte das emissões;
- concorrência estabelecida de stablecoins com ampla aceitação em exchanges e serviços de pagamento.
Gestores e analistas ressaltam que superar essas barreiras exige governança transparente, auditorias regulares e parcerias estratégicas com players institucionais e infraestruturas de custódia confiáveis.
Potencial para entrar no top 5 de stablecoins
A capitalização recorde próxima de US$ 1,26 bilhão coloca o RLUSD em destaque, com analistas estimando que a entrada entre as cinco maiores stablecoins por valor de mercado é viável se a atual trajetória de emissões e adoção institucional se mantiver.
Para alcançar esse patamar, o RLUSD teria de manter crescimento consistente e, sobretudo, ampliar sua presença em mercados-chave e plataformas de liquidez. No horizonte, a superação de concorrentes estabelecidos depende não apenas do valor em circulação, mas da qualidade das integrações com corretoras, custodians e contrapartes institucionais.
Implicações para exchanges e instituições
Para exchanges centralizadas e plataformas de negociação, a evolução do RLUSD representa uma oportunidade e um desafio. A disponibilidade de uma stablecoin institucionalmente reconhecida e lastreada com requisitos regulatórios pode ser atraente para clientes corporativos e traders que buscam reduzir exposição a contrapartes não regulamentadas.
Ao mesmo tempo, exchanges precisam avaliar aspectos técnicos — como suporte a múltiplas redes, mecanismos de custódia e processos de liquidação — e de compliance, incluindo políticas KYC/AML e monitoramento de reservas.
Conclusão
A autorização da FSRA para uso institucional do RLUSD no ADGM e a capitalização que ultrapassa US$ 1,26 bilhão marcam um ponto de inflexão para a stablecoin da Ripple. Em 2025, o mercado privilegia soluções que combinem integração on-chain, transparência regulatória e qualidade das reservas. A trajetória futura do RLUSD dependerá da capacidade da Ripple e de seus parceiros institucionais de consolidar liquidez, ampliar integrações e manter padrões de compliance que atendam às expectativas de reguladores e grandes investidores.
No curto e médio prazo, a combinação entre aprovações em centros financeiros relevantes e o aumento de emissões em redes com grande atividade DeFi tende a fortalecer o apelo institucional do RLUSD — mas também colocará à prova a eficácia das estratégias de interoperabilidade e da governança das reservas.
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