Resumo: por que US$120.000 ainda é possível — e o que falta
O debate sobre se o Bitcoin pode ou não retornar à faixa de US$100.000–US$120.000 tornou‑se central no mercado cripto em 2025. Relatórios recentes de instituições financeiras e custodiante de ativos digitais sugerem que a dinâmica dos fluxos de ETFs mudou: a sensibilidade do preço aos resgates diminuiu e o mercado pode estar na fase final de uma tendência de baixa prolongada. Ainda assim, uma simples recuperação pontual não é suficiente para garantir uma nova tendência de alta. Para atingir novamente US$120.000, serão necessárias entradas sustentadas de capital institucional, mudanças macroeconômicas favoráveis e progressos contínuos na infraestrutura regulatória e de custódia.

Como os ETFs têm moldado as faixas de preço do Bitcoin
Desde a popularização dos ETFs de Bitcoin, há uma correlação clara entre o crescimento de participações institucionais e movimentos de preço que se organizam em “prateleiras” ou faixas. Observadores do mercado identificaram três zonas estruturais recorrentes:
- US$ 40.000–US$ 60.000: zona de menor propriedade institucional;
- US$ 70.000–US$ 90.000: faixa de acumulação intermediária;
- US$ 100.000–US$ 120.000: patamar associado a maior propriedade de ETF.
Historicamente, quando as participações de ETFs avançam para uma nova faixa, os dias subsequentes tendem a apresentar ganhos mais significativos — um ajuste do mercado à nova base institucional. Porém, quando as entradas se estabilizam, o ritmo de alta desacelera e o preço passa a se mover de forma mais lateral.
O sinal atual: elasticidade entre fluxos e preço caiu
Uma métrica importante é a elasticidade de curto prazo entre fluxos de ETFs e retornos do Bitcoin. Em 2025, essa elasticidade de 30 dias registrou níveis entre os mais baixos do ano, indicando que o mercado já absorveu vendas consideráveis e que a relação direta entre fluxos e preços se enfraqueceu.
Isso não significa que uma reversão de tendência esteja confirmada. Significa, porém, que a parte da pressão de venda diretamente impulsionada por resgates de ETF pode ter passado, deixando o mercado em um estágio onde fatores estruturais e de demanda orgânica ganharão maior peso.
Por que a presença institucional importa para chegar a US$120.000
As prateleiras de preço citadas funcionam como suportes e resistências naturais: à medida que mais Bitcoin é alocado em ETFs, a oferta circulante diminuída e a demanda consolidada favorecem elevações de preço. Para que o ativo recupere a faixa superior — US$100.000–US$120.000 — é preciso mais do que volatilidade pontual; é necessário um movimento de acúmulo sustentado que leve a ocupação consistente dessa faixa por parte de produtos institucionais.
Gatilhos que podem empurrar o Bitcoin rumo a US$120.000
- Fluxos líquidos positivos e persistentes para ETFs de Bitcoin;
- Redução de oferta líquida em exchanges devido à maior custódia institucional;
- Melhora na liquidez spot e nos mercados de balcão;
- Conduta monetária global mais favorável ao risco (políticas de taxa de juros menos agressivas ou sinalizações de acomodação);
- Progresso regulatório que aumente a confiança de investidores institucionais.
Indicadores para monitorar a probabilidade de recuperação
Investidores e profissionais devem acompanhar um conjunto de dados on‑chain e de mercado para avaliar se a trajetória rumo a US$120.000 está ganhando sustentação:
- Fluxos de ETFs e posições acumuladas: ritmo diário e a curva cumulativa de entradas líquidas;
- Saldo de BTC em exchanges: saída contínua de BTC para custódia sugere acumulação de longo prazo;
- Volume e open interest em derivativos: expansão com funding neutro indica demanda saudável; funding muito negativo revela excesso de posições vendidas alavancadas;
- Volatilidade realizada: períodos de compressão seguidos de aumento acompanhado por fluxo comprador tipificam início de tendências;
- Indicadores macroeconômicos: taxas de juros reais, inflação e aversão ao risco global influenciam alocação em ativos de risco.
O papel do contexto macro e regulatório em 2025
Em 2025, a dinâmica macroeconômica e regulatória continua a ser decisiva. Após o ciclo de normalização monetária que dominou os anos anteriores, mercados trabalharam com expectativas maiores de estabilidade nas taxas de juros. Esse ambiente tem potencial para ampliar a busca por ativos alternativos, desde que a inflação mostre sinais de convergência e o custo de oportunidade do capital não se mantenha elevado.
No front regulatório, governos europeus e bancos centrais ampliaram pilotos e estruturas para integração de ativos digitais à infraestrutura financeira. A adoção gradual de práticas de custódia regulada e testes controlados por instituições públicas geram maior previsibilidade para grandes investidores. Essa evolução não ocorre da noite para o dia, mas cria condições de médio prazo para alocação institucional mais robusta em criptomoedas.
Riscos que podem impedir a recuperação para US$120.000
Mesmo com indicadores favoráveis, existem vetores de risco que podem limitar a subida:
- Reversões bruscas nas expectativas de política monetária;
- Venda técnica por parte de custodiante ou grandes detentores privados que liberem oferta no mercado;
- Crises geopolíticas que elevem a aversão ao risco global;
- Problemas de infraestrutura, segurança ou falhas de custódia que deteriorem a confiança institucional;
- Mudanças regulatórias adversas em jurisdições chave que limitem o uso de ETFs ou imponham restrições operacionais.
O que os participantes do mercado devem observar nas próximas semanas
Para traders e gestores, a janela crítica é a observação de sinais combinados — não apenas um indicador isolado. Entre os pontos práticos a monitorar estão:
- Se a elasticidade entre fluxos de ETF e preço volta a subir, sinalizando que novas entradas estão impulsionando o mercado;
- Se o saldo de BTC retido por produtos institucionais alcançar níveis consistentes com a faixa US$100k–US$120k;
- Se volumes de negociação spot e de balcão crescerem sem aumento proporcional de oferta em exchanges;
- Se o cenário macro exibir menor volatilidade nas taxas de juros e um apetite maior por risco.
Conclusão: caminho claro, mas não isento de barreiras
Retornar a US$120.000 é possível, mas exige uma confluência de fatores. O primeiro é mudança estrutural nos fluxos de ETFs — não apenas picos passageiros, mas acumulação persistente — que preencha a faixa superior de propriedade institucional. O segundo é um ambiente macro que permita a realocação de capitais em direção a ativos digitais. O terceiro é progresso regulatório e de infraestrutura que diminua a assimetria de risco para grandes investidores.
Sem esses elementos trabalhando em conjunto, o mercado provavelmente seguirá em movimentos laterais com oscilações significativas, refletindo uma transição entre o esgotamento de vendas orientadas por ETFs e a necessidade de demanda real e sustentável para iniciar uma nova tendência de alta. Para investidores, a melhor abordagem continua sendo acompanhar métricas de fluxo, posições e sinais macro, mantendo gestão de risco disciplinada diante da volatilidade ainda presente em 2025.
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